Holambra tem aproximadamente 80 quilômetros de vias, que atendem cerca de 360 produtores, nove bairros e 3.115 moradores
Longe dos holofotes e de pontos turísticos, quem precisa usar as estradas vicinais de Holambra sabe das dificuldades. No período de estiagem, é a poeira. Quando chove, lama e barro. Mas em todas as estações, desviar dos buracos é um desafio.
Holambra tem aproximadamente 80 quilômetros de estradas vicinais e menos da metade é asfaltada - 35 quilômetros. De acordo com os diretores municipais de Obras e Desenvolvimento Urbano e Rural, Yessika Eltink, e Serviços Públicos, José Marcos de Souza (Tatu), essas vias interligam a zona urbana com nove bairros rurais: Alegre, Angico, Cachoeira, Camanducaia, Campo das Almas, Fundão, Manga, Palha Grande e Palmeiras.
Desde janeiro deste ano, principalmente no mês passado, a Prefeitura vem intensificando as manutenções nas estradas vicinais, principalmente aquelas de chão. Conforme informaram os diretores, foi realizado nivelamento do leito carroçável com máquina motoniveladora e posterior cascalhamento com pedra britada, com o objetivo de preencher possíveis desníveis e garantir a planicidade da estrada rural.
Yessika e Tatu ressaltaram que é fundamental manter o bom estado das estradas vicinais, já que existe uma relação direta entre as condições de tráfego local, a qualidade e o custo do que é produzido na área rural do município. “Além disso, uma parcela considerável dos holambrenses reside e trafega nessas regiões todos os dias”.
Só para se ter uma noção, dados dos departamentos apontam que, os trabalhos de manutenção beneficiam diretamente cerca de 360 produtores e 3.115 moradores, sem contar ciclistas, turistas, prestadores de serviço e outros usuários.
Dificuldade de manutenção
Mas, por que é difícil manter uma estrada rural em boas condições? A qualidade dessas vias vai desde o investimento do poder público até iniciativas de proprietários.
Os diretores explicaram que a maior dificuldade de manutenção diz respeito à erosão causada pelo escoamento de água pluvial de algumas propriedades às margens da via para o leito das estradas.
Por isso, uma forma dos proprietários colaborarem é evitando o escoamento de água para as estradas vicinais, através de sistemas de drenagem e retenção. “O proprietário deve executar bacias de contenção de águas pluviais (mais conhecidas como cacimbas), com a finalidade de diminuir a vazão direta nas estradas rurais e colaborar com o abastecimento do subsolo”, salientaram Yessika e Tatu.
Investimento público
Yessika e Tatu comentaram que o Município busca junto a lideranças em São Paulo e em Brasília, os recursos financeiros necessários para pavimentar o restante das HBRs 167, 165 e 210, asfaltadas parcialmente. Segundo eles, a intenção é viabilizar, ao longo dos próximos anos, a pavimentação da maior parte das vicinais em Holambra.
Um dos períodos propício para a manutenção das estradas é o período de estiagem – de maio a setembro, mas os diretores lembraram que o trabalho de preservação das vias se dá em caráter regular durante todo o ano. “As próximas estradas a receberem manutenção serão a HBR-210, parte da HBR-333 e HBR 165 (trecho entre Vila Nova e SP-107)”, adiantaram.
Quem está na ponta
Na ponta desse processo está quem utiliza diariamente as estradas vicinais, para chegar ao trabalho ou às suas casas. As pessoas também usam essas vias para irem à escola, ao comercio, ter atendimento à saúde e outras coisas.
Há quase quatro décadas, Adrianus Lambertus Maria Pennings, produtor de cogumelos, convive com HBR 167, no bairro Alegre. “É muito necessária a manutenção das estradas para o bem estar dos motoristas, ciclistas e pedestres. Investir no cuidado delas é zelar pela saúde dos usuários, que convivem com a poeira, e a redução de gastos com os veículos, que se danificam pela má conservação”.
A produção de ovos e suínos de Eduardo Leonardo Bernardo Walravens fica na HBR 174, no Fundão. Mas por ser produtor de cana, ele roda os quatros cantos do município e conhece bem as condições de cada estrada. “É extremamente importante estradas em boas condições de circulação, evitando as quebras dos veículos nossos e dos clientes, além de otimizar o tempo de deslocamento”.
O produtor sugere uma ampliação no investimento e incentivo para captação das águas pluviais, pois acabam com as estradas. Para Eduardo esse trabalho daria mais resultado, porque as cacimbas se mostram pouco eficientes devido ao volume que cai nas vias.
Pedro Sakamoto, também do bairro Alegre, produtor de flor, frango e laranja, lembrou que a manutenção das estradas colabora tanto para a sociedade como para a economia, pois elas são responsáveis pelo acesso mais seguro da população rural a serviços básicos como educação, saúde, e trabalho, e, para “nós produtores, que também as usamos para o escoamento da produção”. “A boa manutenção das estradas vicinais realizadas pela nossa Prefeitura reduz os custos e minimiza prejuízos provenientes das chuvas”.
Esdras Domingos
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