Depois de um 2020 tão desastroso, principalmente em termos de saúde, mas com reflexos indesejáveis na economia, a esperança está na retomada de 2021, sobretudo no que diz respeito a geração de empregos. Dados recém divulgados do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), organizado pelo Ministério da Economia, já nos permitem acompanhar a variação de empregos formais em Holambra no primeiro bimestre do ano.
Isoladamente os números pouco informam, mas quando comparados a um cenário regional, de economias em condições próximas, são mais esclarecedores. Mas para comparar economias de diferentes magnitudes é preciso trabalhar com dados proporcionais, já que os absolutos apenas distorcem a análise.
De maneira geral, a Região Metropolitana de Campinas registrou crescimento de 1,93% no saldo de empregos formais de fevereiro de 2021 na comparação com o número de dezembro de 2020. É um resultado expressivo.
Nos extremos da situação estão as vizinhas Santo Antônio de Posse, única exceção ao cenário de geração líquida, que perdeu 0,39% dos postos formais de trabalho, equivalente a 25 vagas; e Holambra, com excepcional registro de crescimento de 4,38%, o maior da análise, equivalente a criação de 426 postos, em termos líquidos.
É curioso observar que no mês de janeiro, isoladamente, Holambra apresentou o pior resultado regional, com retração de 1,78%, que representava 173 vagas encerradas. O motor do resultado à época foi a importante agricultura, que infelizmente precisou fechar 227 vagas, em queda de 5%.
Já em fevereiro o crescimento foi tão expressivo, que “virou o jogo” ao compensar e levar a cidade à primeira colocação regional no acumulado.
O destaque ficou para o setor de Serviços, com crescimento de 20%, equivalente a 475 contratações. E uma análise mais apurada demonstrou o foco do movimento no segmento de “Fornecimento de Alimentos Preparados para Empresas”, responsável sozinho por 408 admissões, ou crescimento de 5,25%.
Apesar da expressão do resultado, é preciso considerar que os números ainda captam uma fase de restrições muito menores às atividades econômicas, num período em que, além da esperança gerada pelo início da vacinação contra Covid19 no Brasil, a tônica ainda era a de adaptação ao “novo normal” para a economia.
Porém, sob acentuada intensificação das restrições de atividade (indiscutivelmente necessária) no mês de março, infelizmente não podemos esperar por manutenção do movimento. O próximo bimestre, mais especificamente no mês de abril, já pode mostrar reflexos no resultado.
Ricardo Buso 01/04/2021
Economista CORECON/SP 29.777-1
Idealizador do Projeto Economia Metropolitana
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