Superioridade é resultado do potencial produtivo, convênios e vocação para atividades econômicas, como o agronegócio e o turismo aponta Fernando Capato
Todos os anos, a Prefeitura faz uma estimativa de arrecadação e gastos. O orçamento municipal estabelece metas para que o Munícipio possa propor e realizar ações de melhoria e desenvolvimento da cidade.
O economista Ricardo Busso, colaborador do JC Holambra, cruzou a prévia populacional do Censo 2022, recém indicado pelo IBGE, com os orçamentos aprovados em 2023 na RMC. De acordo com o estudo (veja nesta página), Holambra tem o terceiro melhor resultado proporcional, estimando recursos de R$ 177,5 milhões este ano. À frente da Cidade das Flores está Paulínia e Jaguariúna.
Diante desse resultado, o JC Holambra conversou com o prefeito Fernando Capato para analisar os bons números econômicos que munícipio vem apresentando nos últimos anos.
JC Holambra: Como é elaborado o elaborado o orçamento do município e quais as prioridades para 2023?
Fernando: É importante esclarecer, inicialmente, que o orçamento é projeção. Uma estimativa calculada com base em um conjunto de informações que vão do histórico de arrecadação à quantidade de recursos conquistados em outras esferas de governo, previstos para pagamento ao longo do ano. Uma vez projetado, o rateio desse orçamento entre os mais diferentes setores da administração é definido de acordo com percentuais determinados pela legislação e a partir de prioridades estabelecidas pelo governo. A Educação, por exemplo, por Lei, recebe, no mínimo 25% do orçamento do município. A Saúde, 15%. Holambra, apesar disso, investe, em média, mais de 25% dos seus recursos em Saúde, muito acima do mínimo obrigatório.
JC Holambra: A Administração já trabalhava com comparativos orçamentários?
Fernando: A administração conhece a realidade regional e acompanha a progressão estatística anual, que aponta tendências. O trabalho, todavia, gira em torno do orçamento local e de meios que possibilitem o seu incremento, como o incentivo ao empreendedorismo e à abertura de novas empresas.
JC Holambra: A Prefeitura tinha alguma referência da superioridade de Holambra na RMC quanto a disponibilidade orçamentária?
Fernando: Sim, a Prefeitura acompanha regularmente as projeções orçamentárias. Holambra, é importante ressaltar, tem crescido acima da média regional ao longo dos últimos anos. Esse é um importante indicativo de que o trabalho em andamento tem gerado resultados positivos para a cidade.
JC Holambra: A que atribui tamanha superioridade?
Fernando: Ao potencial produtivo e à vocação para importantes atividades econômicas, como o agronegócio e o turismo.
JC Holambra: Qual o benefício para Holambra, comparado as outras duas cidades vizinhas (Paulínia e Jaguariúna) liderem a região?
Fernando: As cidades da região, apesar da proximidade geográfica e de integrarem um conglomerado, têm perfis e realidades distintos. Paulínia tem arrecadação impulsionada pelas refinarias, enquanto Jaguariúna reúne condições que viabilizam a presença de grandes empresas. Holambra, por sua vez, tem no agro e no turismo suas mais relevantes fontes de riqueza.
JC Holambra: A necessidade que o Município tem de aportar mais recursos de seu orçamento (em relação aos vizinhos) para continuar a movimentar o importante setor do Turismo chega a competir com a disponibilidade para atenção aos munícipes?
Fernando: Não. Pelo contrário. A vocação de Holambra para o turismo rendeu à cidade o título de Estância Turística, que assegura investimentos do Estado específicos para o desenvolvimento deste segmento. A atividade turística é importante geradora de emprego e renda, movimentando o setor de serviços, gerando receitas e contribuindo para que o município tenha mais arrecadação para destinar a serviços voltados ao morador.
JC Holambra: A Prefeitura considera adequada a prévia populacional do IBGE, de 16.194 habitantes para Holambra? Ela pode ter estimulado o resultado tão expressivo da cidade na RMC?
Fernando: Não. Acreditamos que esse número esteja subdimensionado. Mas é importante ressaltar que prévias são prévias. É preciso aguardar a conclusão do Censo para que tenhamos condições efetivas de avaliar. Essa é uma realidade que se aplica também a outras cidades da região.
Por: Esdras Domingos e Ricardo Busso
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