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30 anos de Holambra: a história por trás do município


Holambra é uma cidade relativamente jovem. Mas, como qualquer outra cidade que por muito tempo pertenceu a outro município, tem um passado de muitas histórias. Todas elas fundamentais para que os “holambrenses” se sentissem autossuficientes e, já no início dos anos de 1980, iniciassem a luta por melhorias, o que levaria, mais de uma década depois, à sua emancipação político-administrativa.


Os primeiros imigrantes holandeses chegaram à antiga Fazenda Ribeirão no final da década de 1940 e, junto com a força dos brasileiros, desbravaram a terra. Os limites territoriais pertenciam a quatro municípios: Artur Nogueira, Santo Antônio de Posse, Jaguariúna e Cosmópolis. Mas a qual deles apresentar as reivindicações?


Os moradores pagavam impostos, a “fazenda” crescia, mas os serviços públicos não acompanhavam a demanda: iluminação, assim como a limpeza pública, não chegava a todos bairros. Na saúde, médico só uma vez por semana. Na maioria das vezes era a Cooperativa que corria atrás de melhorias para Holambra.


Foi em 1982 o primeiro passo para a emancipação: neste ano, em busca de melhorias, um grupo de amigos formado por Enivaldo Lobo, Dick Schoenmaker, João Wagemaker, Arnoldus Wigman, Hermanus Meijerink, Henk de Wit e Godofredo Miltenburg criou o “Grupo Urbano” – ou “Comissão para assuntos urbanos de Holambra”. Eles queriam representantes nas Câmaras que pudessem defender Holambra e elegeram Antônio Marino Brandão, por Artur Nogueira, em 1983. Em 1989, fizeram mais quatro vereadores.


Como a situação continuava difícil, o grupo decidiu então lutar pela emancipação. O problema era que Holambra precisava, primeiro, se tornar distrito, título que dificilmente conquistaria por pertencer a quatro cidades. A situação mudou em 1990 a partir de uma Emenda Constitucional (Lei nº 664/90) que passou a permitir que localidades pertencentes a mais de um município pudessem pleitear por sua emancipação. No mesmo ano, foi aprovada Lei Complementar que dispunha sobre a “criação, fusão, incorporação e desmembramento de municípios”. Holambra ganhava, a partir deste momento, legitimidade para batalhar pela sua independência política.


Pró-emancipação

A primeira reunião para envolver a população no processo de emancipação aconteceu em 25 de junho de 1990, no Clube Fazenda Ribeirão, e resultou na eleição da Comissão Pró-Emancipação, composta por Antônio Marino Brandão, Dick Schoenmaker, Enivaldo Lobo, Iran Daier Brunhani, Marcelo Schut, Oriovaldo Venturini e Zélia Castanho, além dos suplentes Celso Capato e Mauri Rodrigues. Nesta época, Brunhani e Capato eram vereadores em Artur Nogueira.


No ano seguinte, a população foi às urnas decidir o futuro de Holambra. Dos 2.532 eleitores cadastrados, 1.591 participaram do plebiscito (62,3%). A emancipação obteve o apoio de 96,4% (1.534 eleitores), enquanto 39 optaram pelo “não”, 13 votaram em branco e cinco anularam. Com este resultado, o então governador de São Paulo, Luiz Antônio Fleury Filho, decretou a criação do município de Holambra (Lei nº 7.664/91).



Em 1992, nas eleições municipais, o grupo Pró-Emancipação se dividiu: pelo PMDB saíram Enivaldo Lobo e Oriovaldo Venturini, enquanto Celso Capato e Pedro Weel foram candidatos pelo PSD. Dos 3.806 eleitores, 1.753 elegeram Capato e Weel, enquanto 1.587 votaram em Lobo e Venturini. Brancos e nulos somaram 466.


A primeira Câmara foi formada por André Graat (presidente no primeiro biênio), Antonio José Esperança (presidente nos anos de 1995 e 1996), Antonio de Souza, Aparício de Almeida, Donizeti Carvalho da Silva, Geraldo Theodorus Maria Van Schaik, Iran Daier Brunhani, Marcel Donizete de Souza Campos e Valter Costela.


O caminho até aqui

Na eleição seguinte, com candidato único, assumiu o majoritário Antonio Marino Brandão de Almeida, pelo PSDB. Capato voltou em 2001 pelo então PFL e foi reeleito para mandato de 2005 a 2008. Em 2009, Margareti Groot, pelo PPS, assumiu o Executivo. Fernando Fiori de Godoy assumiu em 2013 e foi reeleito para o mandato de 2017 a 2020, passando o bastão em novembro do ano passado ao seu vice, Fernando Capato, filho de Celso Capato, o primeiro prefeito da cidade, eleito com pouco mais de 66% dos votos válidos.


“É um privilégio estar prefeito no ano em que Holambra celebra 30 décadas de história. Trilhamos um caminho muito rico em conquistas. Nos tornamos exemplo de desenvolvimento, organização e qualidade de vida para todo o Brasil”, afirma Capato. “A história de Holambra se confunde com a minha própria. Com a da minha família. Me sinto honrado pela oportunidade de dar sequência a esse legado tão bonito”.

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