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26 de Julho o Dia dos Avós



Com o aumento da longevidade dos brasileiros (a expectativa média de vida no Brasil é 76 anos) os avós passaram a fazer parte integrante das famílias e a maioria das crianças tem, atualmente, o privilégio de conviver com seus avós.


Muito se brinca, dizendo que os avós tem a função de mimar os netos e permitir a eles pequenas extravagâncias. Talvez isto se dê mesmo, pois os avós não têm mais a rigidez com a qual criaram seus filhos e o tempo lhes permiti algumas coisas “só pela vovó ou só pelo vovô”


Contudo, no século das transformações e na economia que exige trabalho e produção, os avós passaram a ser um suporte afetivo e atualmente têm papel importante também na ajuda financeira aos filhos, especialmente nas classes populares. Em muitas famílias deste imenso país, a única fonte fixa de rendimentos é a aposentadorias dos avós.


Considerados pais duas vezes, os avós são um porto de abrigo e para as crianças com que convivem diariamente. Eles são referencia de estabilidade, afeto, atenção e segurança. Numa época em que os pais precisam trabalhar fora, os avós passaram a ser a base de cuidados dos netos. São eles que dão o café, banho, levam para a escola e ajudam no dever de casa, auxiliam no comportamento dos netos e influenciam na ética e caráter deles.

Podem ser velhinhos, cabelos brancos ou colorios, mais novos, modernos, tradicionais ou rabugentos. O importante é que eles são figuras fundamentais na formação familiar. É através deles que os nossos valores e o nosso estilo de vida se formam.

Por outro lado, o avanço da tecnologia, especialmente na área de informática e telefonia inteligente, levou os netos a terem um conhecimento mais apurado e dinâmico que permite que eles ajudem e ensinem seus avós nas ações cibernéticas, muitas vezes complicadas para a geração na terceira idade.

Esta interação em avós e netos é muito salutar. Os primeiros cuidam dos segundos, os alimentam, ajudam nas atividades escolares, brincam com eles, ampliam sua atenção menos rígidas do que os pais e os fazem compreender que velhice pode ser um faze boa e produtiva da vida.

Já os netos oxigenam seus avós com novas ideias, com o conhecimento de tecnologias que facilitam vida. Assim as duas pontas do ciclo de vida se unem e interagem, se tornando mais próximos. Avós e netos têm o que trocar, o que dar, o que ensinar uns aos outros, na medida certa da construção da vida.

Olhando pelo lado da economia, que muitas vezes dizem que os velhos são um peso morto para o equilíbrio financeiro do estado, o trababalho dos avós que cuidam dos netos não é computado no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB).

Esta é uma visão míope dos economistas que desconhecem, o ideologicamente ignoram, que grande parte dos filhos, especialmente das mulheres, só conseguem trabalhar de forma regular por que tem seus pais que cuidam de seus filhos. Qual seria o impacto deste ação que chamamos afetiva no cálculo final da riqueza que o Brasil produz?

Assim seria muito mais importante reconhecer os valores dos avós na constelação familiar pela contribuição que podem dar na ajuda aos seus filhos, nos cuidados com seus netos e no desenvolvimento ativo da economia, por meio de uma ação invisível de apoio, do que pelo acúmulo do conhecimento e experiência de vida.

Entender os avós, acolhê-los, valorizá-los, incentivá-los, reconhecê-los como importantes, ensinar aos filhos a interagirem com eles deve ser um ritual diário e não apenas no dia 26 de julho, estabelecido com Dia dos Avós.


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