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Tradição que agrega: bacalhau com castanha do Pará e tapioca!


O calor escaldante e desgastante dos últimos dias desviou um pouco a atenção do grande evento cristão que se aproxima: a Páscoa, que festeja a ressurreição de Jesus Cristo.

Andava eu imersa em muitos compromissos, que o calor estonteante tornava ainda mais desgastante, quando me dei conta que havia perdido o foco do feriado que se aproximava, pois costumo decorar a casa e preparar alguns quitutes específicos que fazem parte de minha tradição familiar, pois fui criada em família católica atuante e Páscoa na minha casa era um assunto levado muito a sério.

Quando percebi meu ato falho, prontamente fiz um ato de contrição e comentei com a minha querida cunhada Tile, que é sempre referência familiar para mim, na sua enorme dedicação com os preparativos, envolvendo decoração e guloseimas tradicionais nestas datas festivas e constatei, com surpresa, que a mesma, apesar de todo seu histórico, estava no mesmo barco e prontamente resolvemos as duas tirar um tempo, nesta vida corrida que levamos, para reverenciar os ensinamentos em que fomos criadas e colocar a Páscoa na nossa pauta diária.


Aproveito o ensejo para publicar com antecedência uma receita que utiliza o tradicional bacalhau para que os leitores que desejem executá-la possam ir organizando os ingredientes com calma e tranquilidade, no verdadeiro espírito de quietude espiritual que a data representa.Este peixe tão caro aos nossos colonizadores portugueses foi caindo cada vez mais no gosto dos brasileiros e deixou de ser sinônimo já a algum tempo das mesas mais abastadas para cair num consumo mais popular, pois existem em nossos mercados vários tipos de bacalhau, para caber em todos os bolsos.

A receita para esta Páscoa trabalha a agregação cultural, para reforçar que somos fortes quando damos as mãos e andamos juntos, como se este vasto mundo não tivesse fronteiras e a verdade absoluta de que somos todos iguais e irmãos reinasse soberana, conforme as pregações de Jesus.

O tradicional bacalhau português, misturado com produtos tipicamente brasileiros, resulta numa explosão de sabores, que vai deixar a Páscoa dos leitores muito mais aconchegante e familiar. Ouse e se delicie!

INGREDIENTES:

500 gr. de bacalhau dessalgado, aferventado e desfiado

150 gr de castanha do Pará

500 ml de água

2 colheres de sopa de azeite

2 colheres de sopa de manteiga

1 alho poro picado

1 pimenta Cambuci picada

½ pimenta dedo de moça picada e sem sementes

1 colher de sopa de farinha de trigo

1 xícara de farinha de tapioca do norte (a granulada)

Sal e pimenta-do-reino a gosto

Noz moscada a gosto

1/2 xícara de creme de leite

Cheiro verde a gosto

Modo de preparo

Bata no liquidificador a castanha com a água até que a castanha se dissolva e reserve. O caldo resultante é chamado de leite de castanha. Você pode coar ou utilizar com os pedacinhos.

Refogue o alho poro no azeite e na manteiga, acrescente as pimentas, o bacalhau desfiado e refogue por mais alguns minutos. Acrescente então a farinha de trigo ao refogado misturando bem.

Adicione o leite de castanha, tempere com noz moscada e pimenta-do-reino, mexa e cozinhe por 3 minutos. Adicione a tapioca e cozinhe por mais 5 minutos, misture o creme de leite e corrija o sal. Coloque o creme de bacalhau com castanha e tapioca em uma travessa refratária, decore com castanhas tostadas e picadas e o cheiro verde.

RENDIMENTO:

4 Porções!

ACOMPANHAMENTO:

Arroz, batatas cozidas e salada de folhas verdes com legumes! Para beber: vinho branco seco!

DICA:

Dessalgar bem o bacalhau é fundamental para o sucesso no preparo deste prato. O ideal é trocar a água sete vezes e manter em geladeira durante este processo, pois estamos trabalhando com peixe e já estamos sem a proteção do sal. Para aferventar o bacalhau, coloque-o já desfiado em uma panela, cubra com água, leve ao fogo e assim que levantar fervura, desligue e escorra. Se quiser, utilize esta água com sabor no preparo do acompanhamento escolhido.

NOTA:

A farinha de tapioca utilizada na receita é bem leve e lembra flocos de isopor. Se não encontrar e for utilizar a tapioca granulada, use somente meia xícara e hidrate com duas xícaras de leite, antes de adicioná-la à receita!

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