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Folia sem ressaca: caldo cabeça de galo (sem a cabeça)!


O tempo, apesar de imutável, comumente nos traz a sensação de que cada vez passa mais rápido e nos escapa fugidio, sentimento este que se confirma com a proximidade de mais um carnaval que bate a nossa porta e alvoroça, em ritmo de folia e também de alegria, este enorme e carnavalesco Brasil.

O país se transforma: o samba, o frevo e as marchinhas invadem as ruas, os turistas chegam aos montes, dos quatro cantos do mundo, e geram um aumento significativo na taxa de empregos informais, o que para muitos que vivem há tempos a realidade do desemprego, soa como um oásis no deserto, mesmo que por tempo limitado, neste Brasil alquebrado que vira referência internacional, no reinado de Momo e passa ao planeta a impressão que a vida por aqui é uma grande festa.

Ledo engano, o carnaval termina e a dura realidade volta a bater na porta. Mas de qualquer forma, a festa é grandiosa e um patrimônio nacional, que leva muita gente às ruas e aos clubes, coloridos e enfeitados, repletos de confetes e purpurinas, no compasso de muita música e gingado.

Diversas cidades brasileiras disputam incansavelmente o título de maior carnaval do Brasil, seja pelo glamour de suas escolas, carros alegóricos e fantasias de luxo, seja pela originalidade da festa tradicional.

Respeitando todos os gostos e reforçando que há espaço para todos os tipos de alegria, nesta grande festa popular pagã, a coluna se direciona para uma região específica do Brasil: o nordeste, mais precisamente na cidade do Recife, que concentra o maior bloco carnavalesco do país: “O galo da madrugada” e publica uma receita clássica, que fortifica e dá energia a estes foliões que enfrentam, anualmente, uma compacta massa humana, embaixo de um calor escaldante.

Tive o privilégio, em tempos idos, de participar várias vezes deste gigantesco bloco, que nesta época ainda não era tão grande. Acompanhada por um grupo de amigos queridos iniciávamos nosso cortejo carnavalesco nas ruas do Recife antigo, às 6h, no frescor do sol nascente nas margens do Capibaribe, tomando o caldo, que nos daria força para enfrentar todo o trajeto, cuja receita divido hoje com os leitores.Muitas pessoas já estão animadas com as comemorações do Carnaval, que segue até a próxima quarta-feira e se preparam para estes dias com enorme expectativa e outras aproveitam os dias de feriado para ficar por casa e descansar.


Para os leitores que forem encarar a folia, a receita deste caldo vira um poderoso energético e um antídoto infalível contra a ressaca. Para quem prefere ver o carnaval longe do agito, o caldo restaurador com certeza será uma excelente companhia.

INGREDIENTES:

1 ½ litro e meio de água filtrada

3 colheres de sopa de azeite

2 tomates picados, sem a casca e a semente

1 cebola picada

1 pimentão verde picado

½ maço de cebolinha1 maço de cheiro verde

5 ovos inteiros

50 gramas de farinha d'água, ou farinha de mandioca finaPimenta de cheiro e sal a gosto

PREPARO:

Você vai precisar de uma panela grande. Nela, coloque o azeite, a cebola e refogue até dourar bem. Os outros temperos vão em seguida: tomate, pimentão, cebolinha, refogue tudo por 3 minutos. Adicione água e espere levantar fervura. Esse processo demora mais ou menos 5 minutos. A dica é tampar a panela para ferver mais rápido. Depois, acrescente a farinha d'água aos poucos e vá mexendo até ficar hidratada. Adicione os ovos e deixe cozinhar por dois minutos. Tempere com sal e pimenta do reino a gosto. Para finalizar vai o cheiro verde. Aí está pronto o famoso caldo cabeça de galo, sem o ornamento que dá o nome à receita!

RENDIMENTO:

6 porções!

ACOMPANHAMENTO:

Pães, torradas, manteiga e frios!

DICA:

a receita original leva a farinha d’água, também conhecida como Puba.Como este produto só é encontrado nas lojas que vendem produtos do Norte e do Nordeste, sugeri a farinha de mandioca, mas neste caso é melhor usar a mais fina, para ficar mais próximo do ingrediente original. Costumo misturar com um pouco de água antes de colocar, para dar uma hidratada na farinha.

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