Falando de emoções
Primeiramente dividimos nossas emoções com nossos pais. Principalmente com a nossa mãe: que é com nos aplaude, nos estimula com palavras, com carinho, com sorrisos ou, até mesmo com apenas um olhar. O pai geralmente fica na retaguarda, educando mais com a razão e a mãe com o coração.Essa é a regra geral. Depois nos casamos. A divisão agora é com nossos pais e nosso marido. É uma troca: eles conosco e nós com eles.
Aí vêm os filhos: temos os pais, o marido e os filhos para fazermos a divisão de nossas emoções. Temos com quem trocar ideias, ouvir opiniões contra ou a favor. É o lufa-lufa educando a filharada, acompanhando seus estudos. É a meia idade que considero a mais plena de vida! Todos precisam de todos. Cursos e cursos, vestibulares,, universidades, bailes, namoros e lá vai a criançada se fazendo moça.
Formaturas, realização profissional e agora somos quatro os aplaudindo:e os entusiasmando: avô, avó, pai , mãe, ou seis para quem tem quatro avós.Até que eles se casam e vão embora.: “deixarás teu pai e tua mãe”.
Aí é sua vida borbulhando correndo em suas veias, construindo seu mundo ! Tudo aquilo que já fizemos, assistimos de novo seu “vídeo tape” com os mínimos detalhes. É a renovação total!
Aí então, com o tempo cada vez mais escasso mesmo que não queiram não conseguem grande “troca diária de impressões e emoções” .
Fica então o casal um completando o outro.
Restam ainda nossos pais. Feliz daquele que pode saborear seu convívio, mesmo com os filhos casados!
Meu pai partiu primeiro. Minha mãe foi sempre a maior entusiasta por tudo o que fazíamos até aos seus 91 anos. Sua lucidez era impressionante! Ela aguardava a publicação de minhas crônicas com ansiedade! E muitas vezes ligava para nossa casa para saber, com energia, se eu já havia escrito a crônica! Sempre me incentivou também no caminho da Arte. Agora, filhos criados, netos idem, com a vida pela frente no desafio da luta e da batalha, com quem dividir nossas emoções?
Maridão querido também resolveu partir para o alto sem dizer adeus!
Sofro calada, para não lhe dizer a cada segundo, o que é cada segundo sem você!
Ah! Os amigos! São nosso consolo e apoio para as horas de amargura! E nossos empregados muitas vezes confidentes!
Falei “amargura” ? Não !!! Isso não pode existir no vocabulário de quem luta 24 horas por dia para não ver seu barco afundar!
Alegria, entusiasmo e ânimo deverão estar inseparadamente a nosso lado.Só assim nos tornamos boa companhia para tudo e para todos, encarando essa vida como o maior milagre de Deus e aceitando todos os fatos com naturalidade e compreensão. Feliz daquele que pode olhar para traz e admirar em seu rastro as sementeiras que, com amor, foi plantando em seu caminho!
Mas, depois de muitos anos, como um milagre, Deus me premiou com um excelente companheiro, que do outro lado no mundo veio preencher o vazio que muita vezes eu sentia! Assim compartilhamos nossas emoções com filhos, netos e bisnetos, com nosso dia a dia mais feliz e motivado com tanta alegria, tornando nossa estrada como bem disse o poeta: “O mais suave de todos os caminhos” !!!
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