Eles garantem que tudo esteja certo para quem quer comemorar: desde a segurança, a ceia até possível atendimento na Saúde
É só pensar em Natal e Ano Novo que logo vem a pergunta: como será a ceia deste ano? Mas enquanto muitos se divertem e aproveitam essas datas ao lado da família e amigos, muitos outros trabalham. São responsáveis pela segurança das ruas e dos eventos; pelos atendimentos nos hospitais ou por garantirem que a ceia de milhares de pessoas cheguem à mesa na hora marcada. São seguranças, policiais, médicos, enfermeiros, garçons, porteiros. E, quando em serviço, não podem comemorar. O Natal e o novo ano são comemorados no dia seguinte, com a mesma magia.
Michele Cristiane Ramalho, de 33 anos, é enfermeira e trabalha na Policlínica de Holambra há anos. Faz o turno das 18h às 6h (trabalha 12h e folga 36h) e este ano fará plantão no Ano Novo. É solteira, não tem filhos e acredita que o horário “facilita o planejamento”. Mas, completou, final de ano é momento para se reunir com a família, de estar com quem se ama. Então, a saída é fazer o rodízio, garantindo a presença em pelo menos uma das comemorações. Com experiência de plantões anteriores, destacou pros e contras das duas datas: trabalhar no Natal é mais tranquilo, porém exige estar longe de casa na data considerada mais familiar. “Como as pessoas estão em casa, temos menos ocorrências”. Já no Ano Novo há muitos casos ligados ao excesso de bebida alcoólica e até mesmo à correria. “Geralmente, no exato momento da virada, estamos em alguma ocorrência ou elas acabam chegando devido, muitas vezes, às pessoas que saem correndo de suas casas para não perder a hora do encontro com amigos e familiares”.
E para minimizar o fato de estar longe da família, geralmente quem está de plantão faz uma pequena ceia no trabalho. Michele disse que acabam formando uma família, já que dividem suas preocupações ao longo do ano, e também estão, no momento, exercendo uma atividade que optaram por amor. “Então fazemos de tudo para que seja um plantão normal. Cumprimos nossa missão e nos dedicamos a ajudar o próximo”, finalizou.
Segurança
O nogueirense Ubiracy Silva Franco Lima, de 43 anos, é guarda municipal em Holambra há quase 4 anos e sempre trabalhou no Natal ou Ano Novo e, este ano, está de plantão no dia 31 de dezembro. “Já trabalhei nas duas datas. O Natal é um dia mais familiar, em que as pessoas se reúnem para celebrar o aniversário de Jesus. Por isso costuma ser mais tranquilo, sem muitas ligações. Já a virada do ano tem show, festas, então temos que ficar ainda mais atentos com brigas e consumo de bebidas”, pontuou.
Apesar das datas festivas e de deixar a família em casa – ele é recém-casado e tem três filhos –, Lima frisou que o trabalho é feito da mesma forma, com rondas e atendimento à população. “Mas a atenção precisa ser redobrada. É muita gente de fora. Precisamos garantir a segurança de todos e por isso intensificamos o cuidado, principalmente nos pontos de eventos”.
E a comemoração fica para o dia seguinte. “Nosso foco é proteger a população holambrense. O que fazemos é mandar uma mensagem para a família e damos as saudações uns aos outros”.
De recepcionista a garçom
Pelo quarto ano consecutivo, Rafael Pereira de Sousa, de 26 anos, trocará o posto de recepcionista pelo de garçom. E fará esta troca nas ceias dos dias 24 e 31 de dezembro. Ele trabalha no Hotel Top Centrum e trabalhar nas duas datas é uma opção pessoal. “Não é obrigatório, tem rodízio e perguntam quem quer trabalhar nestas datas. E eu sempre aceito. É uma forma de atingir minhas metas com mais rapidez”, disse, ao pontuar que o fato de ser solteiro também facilita, mas não deixa de comemorar com a família no dia seguinte.
Rafael citou que as duas ceias – terceiradas pelo hotel – são diferentes: no Natal, é mais familiar e até termina mais cedo. “São hospedes que trazem a família inteira e o público é menor”. Já no Ano Novo, após a ceia, os hóspedes vão até o terraço ver os fogos. “Depois que termina, temos o nosso jantar. Aí organizamos tudo e vamos embora”, disse.
Rafael destacou que na hora da escala, os funcionários já perguntam: quem vai trabalhar? “Já formamos uma família”. Eles chegam às 21h e a ceia começa a ser servida às 22h, sem hora para acabar. Pode ser uma data ruim para a maioria dos trabalhadores, mas Rafael lembra que a remuneração é melhor. “Faço uma grana e depois tenho o lazer. Passagem de ano é normal. E as contas continuam, temos de trabalhar”, completou.
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