Cantores encantam o público com músicas religiosas e noite termina com espetáculo das velas
Noite de gala foi encerrada com público cantando "Noite Feliz" no salão social do clube Fazenda Ribeirão. Foto: Thais Seguessi
Não importa o calor, o ventilador desligado, o silêncio e a desafio de conseguir uma boa visão. Todo o sacrifício era válido para acompanhar, no centro do salão social do Clube Fazenda Ribeirão, um espetáculo de tirar o fôlego.
Qualquer barulho poderia atrapalhar os músicos. Concentração. Dedicação. Em busca do tom perfeito. O Encontro de Corais dava boas vindas ao Natal. As canções do tradicional Encontro fizeram a agremiação holambrense respirar o “espírito” natalino na noite da última quarta-feira (13).
Por cerca de duas horas, três grupos de Holambra e um de Cosmópolis encantaram a plateia e foi missão quase impossível achar uma cadeira sem dono. As músicas religiosas deram o tom da noite.
"A gente prepara essa noite com dois meses de antecedência. Sempre gostamos de ter trazer um grupo de fora para tornar mais atrativo, porque a maioria já conhece o Reviver, Harmonia e Pró-Música e eles trazem um público fixo para esses eventos”, explicou o diretor de Cultura do Clube, Paco van der Louw, que também é integrante do Pró-Música.
Segundo o próprio Paco, para se fazer um coral só é preciso de voz e, no mínimo, duas pessoas. Um exemplo perfeito é a dona Apparecida Benedita, de 81 anos, uma das cantoras do Reviver, formado pelo Grupo da Terceira Idade de Holambra. Ela não sabe ler e escrever, mas não tem problema para a música.“
Não fico muito na frente, mas sei na cabeça os cantos e consigo acompanhar. Minha vida ficou mais gostosa, não me sentia bem ficando só em casa e aqui passo o dia tranquilo”, diz a senhora, que toda quinta-feira marca presença nos ensaios do Reviver. “Não queria vir no começo, meus meninos insistiram e hoje eu adoro, é muito bom isso. Não vejo a hora de chegar esse dia (da apresentação)”, completou a dona Apparecida.
Depois do Reviver, foi a vez do Harmonia. Também de Holambra, o grupo chamou a atenção por se apresentar com canções religiosas de cinco países distintos: Holanda, Jamaica, África do Sul, Espanha e Estados Unidos. As pronúncias foram transmitidas pelo regente Carlos Fiorini, isso com apenas dois meses de ensaio.
Uma das grandes novidades do ano ficou por conta do Coral Madrigal, que saiu de Cosmópolis para compartilhar sua música em Holambra. A apresentação agradou o público e a visita pode se repetir em 2018.
O Pró-Música entrou por último e, como já é tradição, também não decepcionou sob o embalo de Beatriz Dokkedal.
Um dos grupos mais esperados, Pró-Música levantou a plateia com músicas conhecidas de Natal. Foto: Thais Seguessi
"Reger é a coisa mais importante que faço na minha vida, eu amo. Esse coral é especial. Além de ser bom de trabalhar, são meus amigos”, contou Beatriz, que está há 25 anos à frente do Pró-Música. Segundo ela, o segredo para reger bem é estudar muito, estar sempre se atualizando.
O dia de gala no salão social do Ribeirão terminou com a participação de todo o público, que acendeu velas para cantar “Noite Feliz”.
“Saímos com a alma leve por ter apreciado esses corais. A gente sabia que existia, mas não sabia que era tão bom”, impressionou-se Suzana Speck. “O coral é muito importante pela socialização, ensina a viver em sociedade, amizades são feitas”, disse Lucas Speck. Os dois, aliás, saíram de Florianópolis, em setembro, e têm o próprio coral que vai cantar no Noeland, dia 23, às 22h.
Desafios e missão
Paco afirma que um dos principais desafios do coral na cidade é trazer os jovens. “Fui o membro mais novo do Pró-Música por 15 anos, agora tem duas mulheres”, lembra.
Na próxima quarta-feira, o grupo de Holambra terá um dia diferente em Casa Branca: cantar em um presídio.
Comments