Uma em cada três mortes é causada por problemas cardíacos. No ano de 2030, a Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que doenças cardiovasculares serão responsáveis por quase 24 milhões de óbitos. No Brasil, dos 300 mil infartos que acontecem anualmente, 80 mil resultam em morte. As estatísticas são alarmantes e chama atenção o fato de que, mesmo aqueles que fazem check-up anualmente e se creem livres de risco, não são poupados. Nesse contexto, é cada vez mais comum sair do cardiologista com a solicitação de exames de imagem, como a cintilografia. O exame se mostra fundamental para checar se há placas de gordura e cálcio entupindo as artérias coronárias.
Na opinião do médico Lucas Carvalho, especialista em Medicina Nuclear da DI Imagem (Campo Grande/MS), as pessoas geralmente só ficam sabendo das artérias entupidas depois de sofrerem um infarto. “É isso que precisa mudar. Por mais eficientes que sejam os exames que compõem um check-up do coração, em determinados casos as placas que estão obstruindo parcialmente as artérias não são detectadas preventivamente. Porém, podem ser detectadas quando o paciente é submetido à cintilografia de perfusão miocárdica. Esse exame utiliza uma substância chamada radioisótopo. Quando injetada numa veia periférica, é captada pelo músculo do coração, gerando uma luminosidade que nos permite detectar lesões isquêmicas. Trata-se de um exame pouco invasivo que pode salvar vidas”.
De acordo com o especialista, exames como a cintilografia têm revolucionado o diagnóstico e o tratamento das doenças do coração, oferecendo ainda a vantagem de ser seguro e muito pouco agressivo ao organismo. “Pacientes pertencentes ao grupo de risco para doenças coronárias se beneficiam muito com esse tipo de exame – capaz de diagnosticar e avaliar a extensão e gravidade do quadro. Outra vantagem é permitir ao médico cardiologista definir com mais propriedade a conduta de tratamento a ser adotada em cada caso. Além de obter uma visão mais ampla da doença, poderá ser decisivo em relação à recuperação e qualidade de vida do paciente”.
Carvalho aponta outra vantagem da individualização do tratamento proporcionada pela cintilografia. “De modo geral, as pessoas estão bem informadas sobre os principais fatores de risco para doenças cardíacas. Hereditariedade, hipertensão, diabetes, níveis altos de triglicérides e colesterol, tabagismo e estresse são os principais. Ainda assim, seus hábitos alimentares e sua rotina costumam levar à obesidade, sedentarismo, ansiedade e depressão, que são péssimos para o bom funcionamento do coração. Como são fatores modificáveis, é importante que o paciente possa contar com exames que apontem exatamente as dimensões do seu problema quando ainda é possível prevenir o agravamento do quadro. Sendo assim, vale a pena discutir com o médico cardiologista os ganhos de se fazer uma cintilografia.”
Fonte: Dr. Lucas Carvalho, especialista em Medicina Nuclear da DI Imagem (Diagnóstico Integrado por Imagem), de Campo Grande (MS)
Foto: Divulgação/Internet.
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