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Espelho meu, espelho meu


O espelho faz parte de nossa vida desde sempre, mas sequer nos ocorre como seria viver sem ele. Talvez você não saiba que o primeiro foi feito com pedaços de obsidiana, uma rocha vulcânica, na Anatólia – atual Turquia – há pelo menos 8 mil anos atrás. Era pouco mais de um borrão. Nada que ao longo dos séculos não fosse aperfeiçoado até chegar-se, em 1835, com o alemão Justus von Liebig, ao desenvolvimento de um método para aplicar uma fina camada de prata metálica sobre vidro, dando origem aos espelhos modernos.


Espelho meu, espelho meu - Jornal da Cidade - JC Holambra

E a realidade veio à tona! Imagine-se, nos dias de hoje, você vivendo sem um espelho à sua frente, atento aos mínimos detalhes de seu corpo – rosto em particular. É bem verdade que existiriam algumas vantagens, pois você envelheceria sem se dar conta da realidade o que, talvez, o (a) deixasse um pouco

mais...feliz. Afinal, o que os olhos não veem o coração não sente. Ou se veem, podem enganar momentaneamente o cérebro deixando o inconsciente confuso e fazendo com que este capte ideias falsas, preenchendo espaços que não ficam claros à primeira vista.

É o que chamamos de ilusão de óptica. Podem ser fisiológicas quando surgem naturalmente ou cognitivas quando se criam com artifícios visuais. Para o cientista italiano Giovanni Caputo existe uma brincadeira que consiste em olhar fixamente para o seu próprio reflexo em um espelho e ver como o seu rosto começa a se transformar em uma imagem toda distorcida ou, ainda, com visão de desconhecidos, animais e monstros.

Segundo ele, não têm nada de sobrenatural e provavelmente pode ser explicado por meio de uma ilusão de ótica conhecida como Efeito de Troxler: consiste em um fenômeno de percepção visual descoberto por um médico suíço chamado Ignaz Paul Vital Troxler, em 1804, e se caracteriza pela perda da visão periférica quando olhamos initerruptamente durante vários minutos para um ponto fixo.

E ainda segundo Caputo, é possível que algo mais possa estar envolvido na formação da ilusão, como, por exemplo, um efeito dissociativo de identidade. Segundo essa teoria, o cérebro possivelmente “bagunça” as regiões periféricas do rosto que saem de foco e as recria com novas feições — só que - algumas vezes - elas resultam ser assustadoras.

Bem, diante disso, melhor ficar com a “Branca de Neve” e o famoso espelho que conversa com a malvada rainha sendo por ela questionado: “ Espelho meu, espelho meu, existe no mundo alguém mais bela do que eu? ” O resto você deve conhecer. Caso não, assista ao filme e volte a ser criança mais um pouco.

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