Enxame atacou animais que viviam em uma propriedade particular e um deles foi salvo a tempo; Proprietário também chegou a ser atacado e recebeu ajuda da GM e da Defesa Civil.
Geraldo Vasconcelos e um dos cavalos da raça Mangalarga vitimados no ataque: susto grande e prejuízo calculado em cerca de R$ 25 mil.
Não se sabe ao certo o que possa ter provocado o ataque de um enxame de abelhas a três cavalos em uma chácara localizada no bairro Pinhalzinho, em Holambra, no dia 23 de setembro (sábado), mas dois dos animais receberam centenas de ferroadas e morreram, enquanto o outro se recupera. De acordo com o proprietário dos animais e da propriedade, Geraldo Alves de Vasconcelos (66 anos), o ataque ocorreu por volta das 16h30.
Em entrevista ao site do Jornal da Cidade, Geraldo informou que por volta das 16h do dia 23 saiu para buscar a esposa e as crianças no parque da Expoflora e, ao retornar, por volta de 16h45, foi avisado por seu vizinho Alexandre Uttembergue (62) que o ataque estava ocorrendo.
Ao receber a notícia o proprietário dos animais se dirigiu rapidamente até a chácara. Lá chegando, ao abrir o portão sentiu uma ferroada na nuca e ouviu um zumbido intenso do enxame. Para se defender, Geraldo pulou na piscina, buscando proteção contra outros possíveis ataques.
Os cavalos estavam no terreno da propriedade, ao lado da casa de Geraldo, que tem como vizinho de frente a chácara de Alexandre. A esposa de Geraldo e as crianças não foram atacadas porque se encontravam dentro da casa. Segundo Alexandre, algum tempo após Geraldo deixar a casa seu cunhado percebeu o agito dos animais e constatou que era um ataque de abelhas.
"Quando percebi a situação fiz contato direto com a Guarda Municipal e esta com a Defesa Civil. Fomos prontamente atendidos pelo GM Giron (comandante da corporação) e mais dois guardas", disse Alexandre. De acordo com ele, após a chegada da GM foi feita uma fogueira na intenção de afugentar as abelhas, o que não deu o resultado pretendido.
Após sair da água Geraldo conseguiu retirar apenas um dos cavalos, a égua Meguy, da raça Mangalarga , de pelagem branca. Segundo ele, foi justamente esse detalhe (a cor da pelagem) que fez com que o animal fosse o menos atacada pelas abelhas. Conforme Geraldo, a cor é menos chamativa, para as abelhas, que se concentraram no ataque aos outros dois cavalos, que tinham pelagem escura.
Já potranca Mangalarga Esmeralda, de apenas 7 meses de vida, que é muito dócil, foi muito atacada pelo enxame. Utilizando o equipamento adequado para lidar com abelhas, o GM Giron entrou na estrebaria e conseguiu cobrir a potranca com um pano molhado e retirá-la do alcance das abelhas. Por sua vez, Chipp, um cavalo adulto, também da Mangalarga Marchador e de pelagem preta, foi o mais atacado pelas abelhas, sem que houvesse tempo de retirá-lo do local.
Égua Meguy foi a menos atacada pelas abelhas. (Foto cedida por Geraldo Vasconcelos)
Após o afastamento das abelhas (já de noite), o comandante da GM e o proprietário tentaram fazer contato com um veterinário especialista em equinos, a fim de medicar os animais feridos, mas esse profissional não se encontrava em Holambra no dia dos fatos. Foi chamado acionado então um veterinário especialista em cães e gatos, o Dr. Felipe, também de Holambra.
"O Felipe é um veterinário muito eficiente e tentou ajudar de todas as formas a salvar os cavalos, mas como ele mesmo havia dito, sua especialidade não era equinos. Ele fez o máximo que pôde, assim como o pessoal da Guarda Municipal", disse Geraldo, que fez questão de destacar: "O pessoal ficou até de madrugada, tentando salvar os animais, e no dia seguinte voltaram à minha chácara para tentar ajudar novamente", revela.
Na manhã seguinte, o Mangalarga Marchador Chipp não resistiu às picadas e morreu. Na madrugada seguinte aconteceu o mesmo com a potranca Esmeralda. A única sobrevivente foi a égua Meguy, a que levou menos picadas. O proprietário dos animais acredita em duas hipóteses para o ataque: a primeira seria uma possível queimada próxima ao enxame, o que teria provocado o deslocamento das abelhas em fúria.
A segunda hipótese foi levantada pelo comandante Giron: pode ter ocorrido uma possível divisão da colmeia, ou seja, uma provável superpopulação fez com que parte das abelhas se deslocassem, e nessa procura por uma novo local tenham atacado os cavalos. Segundo Geraldo, há suspeitas de que tais abelhas sejam resultado do cruzamento entre as espécies Europa e Africana, característica que as torna agressivas.
Chipp, o Manga-Larga Marchador que não resistiu às inúmeras picadas. (Foto cedida por Geraldo Vasconcelos)
O ataque das abelhas foi em 25 de setembro, última semana de realização da Expoflora, o que fez com que Geraldo Vasconcelos preferisse não tornar público o ocorrido, para evitar alardes e boatos desnecessários que poderiam prejudicar o turismo na cidade.
Alexandre, vizinho de Geraldo, destacou o trabalho da GM de Holambra e também de um outro vizinho, identificado pelo sobrenome Brito, que colaborou na retirada dos animas. "Posso dizer que fomos muito bem atendidos pela Guarda, que fez o suficiente diante das circunstâncias. O Brito, nosso vizinho, também colaborou bastante no salvamento da égua, pois entende de manejo com animais", disse.
Para Geraldo, o maior prejuízo que teve foi o sentimental. Apesar de o ataque lhe causar um prejuízo de aproximadamente R$ 25 mil, com a perda dos animais, ele afirmou que a dor sentimental fala mais alto. "A dor principal é a sentimental, pois eu amo cavalos. Ambos eram dóceis e as crianças adoravam cavalgar com eles. Para mim, e para minha família, está sendo uma tristeza muito grande", disse.
Foto: Colaboração/Geraldo Alves de Vasconcelos e família.
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