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Conheça a "Fanfarra Amigos de Holambra", uma das atrações da Expoflora nos finais de seman


Grupo que mistura música e cultura holandesa prende a atenção dos espectadores no Palco das Tulipas e na Parada das Flores.


Fanfarra Amigos de Holambra - Expoflora 2017 - Parada das Flores

Quem já esteve na maior exposição de flores e plantas ornamentais da América Latina esse ano pôde ver pelo menos uma das apresentações da Fanfarra Amigos de Holambra, que hoje tem seu trabalho reconhecido a ponto de ter se tornado uma das atrações da festa. Apresentando-se nas tardes de fim de semana, o grupo que reúne música e cultura arranca aplausos dos visitantes e turistas que comparecem à Expoflora.

O Palco das Tulipas é o primeiro destino da fanfarra holambrense, onde se é realizada uma apresentação completa, diversificada e que permite ao telespectador conhecer a fundo o trabalho do grupo e seus diferenciais. Ao final da tarde os musicistas vão de encontro a uma das principais atrações da exposição: a Parada das Flores.

Reunindo entre três a quatro "carros alegóricos" inteiramente decorados com os mais diversificados arranjos florais, a Parada das Flores faz com que o público se sinta como telespectador e prestigiador de um desfile que reúne flores, cultura, dança e música. As apresentações começam no início do parque, próximo ao shopping das flores.

A "Parada" tem demonstrações de dança comandadas por Petrus (Piet) Schoenmaker ao lado do "Tulipo" e de dois grupos infantis de dança típica holandesa. Para encerrar o desfile surge a Fanfarra Amigos de Holambra, que alegra o trajeto com sua música e conduz o público presente à tão esperada chuva de pétalas.

Por trás dos uniformes vistosos, em estilo holandês, há uma história bonita e de dedicação que poucas pessoas conhecem. O site do Jornal da Cidade conversou com os responsáveis pelo treinamento da fanfarra e traz um pouco das razões que levaram a Estância Turística de Holambra a ter mais essa atração, que encanta turistas e visitantes por onde se apresenta. Confira.

Os motivos para participar voluntariamente da fanfarra poderiam ser vários, mas para Márcio Oliveira, pai do garoto João Pedro Montanheiro, 10 anos, que começou a tocar instrumentos este ano, a razão é simples: participar das atividades gera resultados muito bons para o convívio familiar com a esposa e o filho. E ele mesmo explica:

"O João começou a se interessar pela Fanfarra nos eventos que frequentamos aqui em Holambra. No ano passado, durante as apresentações na Expoflora, percebi que meu filho se entusiasmava com ela e perguntei se ele queria participar do grupo: ele deu um enorme sorriso, concordando, e ficamos muito felizes por ele, que é uma criança com apenas 10 anos e sabe do que gosta, assumindo isso com firmeza", explica o pai.

Conforme Márcio, o entusiasmo do filho o levou, junto com a esposa Ana Paula Montanheiro, a uma participação mais efetiva na fanfarra a partir da inscrição de João Pedro. Contribuiu para isso, também, a acolhida que tiveram do maestro Mário Luiz Sitta e sua esposa, a coordenadora Catharine Sitta. "No dia da inscrição eles nos disseram que não estavam apenas fazendo a inscrição de mais uma criança, mas sim de uma família. Tanto que assinamos ali um comprometimento familiar, pois esse é o espírito da Fanfarra Amigos de Holambra: o de ser uma grande família", diz.


João Pedro Montanheiro pronto para tocar na Fanfarra: adesão voluntária levou os pais a participarem do grupo e fortaleceu os laços familiares. (Foto: Márcio Oliveira - Arquivo pessoal)

Hoje Márcio ajuda na coordenação da fanfarra, acompanhando e instruindo o grupo nas apresentações, e entende que a força está na união dos grupos familiares e das pessoas que têm o mesmo interesse, entusiasmo e comprometimento pela iniciativa. "A fanfarra é forte porque não são apenas as crianças. As famílias também estão juntas da Catharine, do Maestro e do Rodrigo, que coordenam o grupo", opina.

Como regra geral da fanfarra, as crianças iniciantes começam sem instrumentos. Primeiro, aprendem a marchar e a ter postura, para em seguida seguirem as orientações do veteranos sobre os instrumentos, já na chamada "fase de transição". O trabalho em grupo é parte da engrenagem e os mais experientes ensinam os novatos com muita educação e harmonia. A mesma harmonia exibida nas apresentações existe nos ensaios, pois é a forma de preparar os jovens para chegarem mais longe, destacando-se conforme a habilidade demonstrada.

No comando da garotada, o maestro não se limita a ensinar tocar um instrumento e vai além: junto com sua equipe, ensina conceitos como responsabilidade, comprometimento, educação respeito, cultura, superação, atenção e trabalho em equipe. "Vou a todos os ensaios com meu filho posso dar meu testemunho com toda clareza: a Fanfarra é linda porque há um respeito entre o grupo, porque eles trabalham juntos e os meninos e meninas ainda ensaiam em casa. Meu filho, por exemplo, desenvolveu bastante a coordenação motora", afirma Márcio.

Origem

A atual Fanfarra Amigos de Holambra deu os primeiros passos em 2001, quando a atual coordenadora Catharine Sitta exercia a função de diretora de turismo e cultura na cidade. Para iniciar suas atividades o grupo recebeu um kit de instrumentos específicos, mas faltava um maestro para reger o grupo. Foi quando Mário Sitta se interessou pelo projeto, abraçou o grupo e se ofereceu voluntariamente para o cargo de maestro, que ocupa há 16 anos.


Maestro Mário Sitta circula entre integrantes da Fanfarra durante os preparativos para mais uma apresentação: grupo recebe aplausos onde de apresenta e tem sua imagem diretamente ligada à estância turística.

No período de 2001 à 2005 o grupo ficou conhecido como Fanfarra Municipal Infanto Juvenil de Holambra, mas o nome foi logo substituído por Fanfarra de Wilhelmus Welle, elaborado sob um decreto instituído pela Prefeitura, na época, em homenagem ao pai de Catharine, que foi um grande colaborador cultural quando Holambra ainda não tinha se tornado município.

Porém, em 2008, apesar de estar em destaque na cidade o grupo encerrou suas atividades. Segundo Catharine, o motivo do encerramento se deu por conta da troca de administração política, o que resultou em 6 meses de inatividade, sem ensaios e apresentações. Essa parada repentina chamou a atenção da população holambrense, que acompanhava as apresentações constantemente e tinha filhos ou conhecidos (crianças) que manifestavam desejo de participar do projeto.

De acordo com a coordenadora, foi neste momento que ela e seu marido sentiram o quão importante era a fanfarra na vida de muitos holambrenses e de seus filhos. "Quando a população começou a nos questionar sobre o fim da fanfarra, nós explicamos que não tínhamos mais dinheiro para comprar instrumentos e confeccionar roupas. Porém, muitos moradores começaram a se mobilizar. Por meio de doações e investimentos feitos por eles, foram adquiridos novos instrumentos e pudemos voltar às atividades em 2009", conta.

Desse ano em diante o grupo começou a atuar de forma independente, sem o subsídio de órgãos públicos. Renascia então a atual "Fanfarra Amigos de Holambra", cujo nome foi instituído para homenagear todos os que colaboraram para que o projeto voltasse a acontecer. Há 8 anos independentes, os "Amigos de Holambra" já percorreram mais de 4 mil Km visitando e se apresentando, inclusive, na Holanda, em 2015, com 50 crianças e também na Avenida Paulista, em São Paulo, onde estiveram por duas vezes.

O grupo visitou ainda a Basílica de Nossa Senhora Aparecida, participando de uma missa posicionados no altar e, na sequência, tocando ao som de seus sinos. Para Catharine, a Fanfarra não atingiria tais feitos se não fosse a colaboração dos pais e amigos que muito fizeram e continuam fazendo até os dias de hoje pelo projeto. "Os pais realizam bingos, fazem rifas e buscam doações. Se não fosse o apoio deles, não chegaríamos até aqui", afirma.


Trabalho iniciado por Catharine Sitta e seu marido, Mário, recebe apoio da comunidade, é referência para crianças e adolescentes e se tornou atração cultural em Holambra.

Atualmente a Fanfarra Amigos de Holambra é composta por 70 integrantes, entre 8 a 25 anos de idade, sendo que alguns permanecem desde 2001 no grupo. Cerca de 600 crianças já fizeram parte do projeto.

Apresentações no Parque das Flores


Há 15 anos a "Banda de Samba sobre Tamancos", como são conhecidos na Holanda (por finalizarem suas apresentações com o estilo samba, em conjunto com a arte de sambar sobre os tamancos holandeses) se apresenta na Expoflora.

Sob um grande diferencial, que é a utilização do tamanco como instrumento de percussão, Catharine vê a satisfação impressa na fisionomia da maioria dos que assistem às apresentações no evento. "Muitas pessoa vêm todo o ano para nos assistir. É um trabalho gratificante, que agrada o público e que dá resultado às nossas crianças. Aqui não trabalhamos só com música; as crianças também aprendem a conviver em grupo e a ter responsabilidades. Agradeço o apoio da atual Prefeitura e, para nós, fazer parte de um projeto que transforma vidas, é a grande recompensa", finaliza

Programação

Sábados, domingos e feriado (7 de setembro): 13h45 - Fanfarra de Tambores

16h00 - Apresentação na Parada das Flores

Confira algumas fotos das apresentações do último domingo:

Fotos: Maria Elisa Moraes/Site JC e Catharine Sitta/Márcio Oliveira - Colaboradores

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